Suposta corrupção no Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul (Detran-MS) voltou com força ao centro do debate político em Campo Grande. Velhos esquemas, que resistem com a blindagem de órgãos de controle, estariam operando e arrastando cada vez mais pessoas para esquemas. O que antes era a rumores e denúncias isoladas, agora ganha contornos mais amplos e revelações potencialmente devastadoras.
Personagens deixados de lado nos últimos anos prometem retornar ao cenário com denúncias cada vez mais escabrosas. E enquanto os escândalos ressurgem, a estrutura dos esquemas parece inalterada: implicados seguem em cargos de chefia, rees de propina mantêm os mesmos moldes e até nomeações recentes levantam suspeitas.
Que a corrupção no Detran-MS é um ponto fraco de inúmeros grupos políticos do Estado já não é novidade. O que preocupa é o crescimento da lista de suspeitos de se beneficiar direta ou indiretamente do esquema, que agora inclui também servidores públicos. A teia de favorecimentos e omissões envolve, segundo relatos de bastidores, servidores da Polícia Civil, do Ministério Público e da Assembleia Legislativa. Esses agentes públicos estariam sendo citados por supostamente direcionar apurações, blindar investigados e até pagar propina para barrar ou permitir o avanço de denúncias.
A situação, que já causa inquietação nos bastidores do poder, tem potencial para um verdadeiro terremoto político-institucional. Se confirmadas as denúncias mais recentes, o escândalo pode colocar no mesmo lado da história nomes que hoje se apresentam como combatentes da corrupção e aqueles já conhecidos por envolvimento em práticas ilícitas. O Detran-MS segue sendo tratado como uma “galinha dos ovos de ouro” por diversos grupos político-partidários.
A suspeita de fraudes em documentos federais para extorquir proprietários de veículos indica que os criminosos teriam extrapolado os limites da blindagem estadual e agora estariam sujeitos a investigações com abrangência nacional.
Enquanto o Detran-MS segue funcionando como um pilar estratégico para esquemas de poder, a pressão cresce sobre os órgãos de controle e a opinião pública aguarda por respostas. O que antes era um escândalo regional, agora ameaça se transformar em um problema institucional de grandes proporções.