A equipe da 2ª Delegacia de Polícia Civil concluiu as investigações e indiciou a falsa biomédica, Ana Carolina Brites, de 27 anos, pelos crimes de lesão corporal de natureza gravíssima, uso de produto medicinal sem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), crime de indução do consumidor a erro e uso de documento falso. O fato ocorreu em setembro de 2024, em Campo Grande.
Investigação foi iniciada após 4 mulheres serem atendidas por Ana Carolina em um espaço de coworking e, apresentarem graves sintomas reagentes a um tratamento estético de preenchimento labial. A suspeita se apresentava como biomédica e esteticista, mas não possui nenhuma formação superior.
Após o ocorrido, as vítimas aram por diversos atendimentos médicos, internações e um dos casos, uma delas teve uma complicação que fez com que a paciente tivesse que ser submetida o procedimento de traqueostomia. Os laudos do Instituto de Medicina e Odontologia Legal (IMOL) apontaram ocorrência de lesão de natureza gravíssima em razão da vítima ter sofrido deformidade permanente decorrente da fibrose em sua região mandibular.
Durante a apuração do crime, a equipe policial apreendeu na residência da investigada diversos medicamentos de uso estético s a profissionais formados em medicina, odontologia e biomedicina acondicionados de maneira irregular. No qual, alguns desses medicamentos foram importados de forma ilegal e não possuíam registro da Anvisa.
Além disso, foram encontrados também um diploma de estética supostamente expedido por uma faculdade da Capital que ela usava para induzir a erro seus pacientes, que acreditavam na formação técnica da profissional. Inclusive, o laudo pericial apontou que o documento é materialmente falso.
Desta forma, a autoridade policial conseguiu na justiça, uma decisão impedindo que a mulher continuasse atuando no ramo da estética. Com o caso encerrado, cabe ao Ministério Público a decisão de quais crimes a autora será denunciada, mas o somatório das penas mínimas dos delitos que a falsa biomédica foi indiciada chegam a mais de 10 anos de reclusão e podem ultraar a 25 em suas penas máximas.
Alerta! – A Polícia Civil alerta a população para ter cuidado no momento de escolher o profissional para realização de procedimentos estéticos. "São, em geral, métodos invasivos, com injeção de medicação para além da derme. São procedimentos caros, então o interessado deve sempre desconfiar de preços muito promocionais e pesquisar antes se o profissional possui registro no conselho de sua categoria", concluiu a delegada que atuou no caso, Bárbara Alves.