Cidade de Sonora, na divisa com Mato Grosso, é alvo de disputa entre facções - Foto: prefeitura de Sonora
O Centro Integrado de Inteligência do Centro-Oeste está em alerta máximo diante do possível rompimento da aliança entre o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV), que disputam o controle das rotas do tráfico de drogas que atravessam Mato Grosso do Sul em direção ao mercado internacional.
A informação foi confirmada ao Campo Grande News pelo secretário estadual de Justiça e Segurança Pública, Antônio Carlos Videira, na manhã desta segunda-feira (12), durante a entrega de 33 novas viaturas ao Corpo de Bombeiros e à Polícia Penal, em Campo Grande.
Segundo Videira, o Estado, que possui 1.517 quilômetros de fronteira seca com Paraguai e Bolívia, se mantém em constante monitoramento das ações das organizações criminosas que utilizam o território sul-mato-grossense para escoar drogas, principalmente cocaína, por rodovias e pelo espaço aéreo. "Estamos atentos e prontos para responder e agir preventivamente", afirmou.
Nos últimos anos, o Comando Vermelho tem avançado sobre áreas dominadas tradicionalmente pelo PCC, especialmente na região Norte do Estado, como em Sonora, onde em 2023 sete pessoas foram assassinadas em meio à disputa entre as facções. “Reforçamos todo o policiamento na divisa com Mato Grosso e realizamos diversas prisões, principalmente em Sonora”, destacou Videira.
O secretário revelou ainda que Mato Grosso do Sul já ultraou a marca de 160 toneladas de drogas apreendidas neste ano, a maioria cocaína, um aumento de 61% em relação ao mesmo período de 2024. Somente neste final de semana foram apreendidas mais de uma tonelada de cocaína.
O alerta foi intensificado após circular atribuída ao Comando Vermelho, datada de 28 de abril, declarar o fim da aliança com o PCC. O documento, que circula em aplicativos de mensagens, está sob análise da Secretaria Nacional de Políticas Penais e do Ministério Público de São Paulo. A trégua havia sido firmada em fevereiro para reduzir os custos dos confrontos e manter os lucros do tráfico, mas, segundo investigadores, rixas regionais inviabilizaram o pacto.
Fontes da área de segurança já esperavam o rompimento. O Ministério da Justiça e Segurança Pública também acompanha o caso, uma vez que chefes das duas organizações estão em presídios federais – o PCC em Brasília e o CV em Campo Grande. A preocupação é que a disputa pelas rotas internacionais, que am obrigatoriamente pelo território sul-mato-grossense, intensifique a violência em pontos estratégicos da fronteira e nas rotas de escoamento da droga.
*Com informações do Campo Grande News