Anderson Gomes e Alexandre Medeiros foram condenados a mais de 19 anos de prisão e usavam viatura da Polícia Civil para transportar droga avaliada em R$ 40 milhões
Em 5 de setembro de 2023 o Gaeco apreendeu 538 quilos de cocaína que haviam sido levados de Ponta Porã e Dourados por policiais
A Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul oficializou nesta quinta-feira (12) a demissão dos policiais civis Anderson César e Alexandre Novaes. Ambos foram flagrados em setembro de 2023 transportando 538 quilos de cocaína em uma viatura oficial da Polícia Civil.
A exoneração foi publicada no Diário Oficial e cumpre decisão judicial de janeiro deste ano, quando os dois foram condenados em primeira instância a 19 anos e quatro meses de prisão por tráfico de drogas. A Justiça determinou que a demissão ocorresse após o esgotamento das possibilidades de recurso.
O esquema foi desmantelado no dia 5 de setembro de 2023 durante operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). A droga, avaliada em cerca de R$ 40 milhões, foi encontrada em uma casa em Dourados. Um dos policiais foi preso em flagrante no dia da operação e o outro, detido dias depois.
Durante a investigação, o Ministério Público comprovou que os policiais realizaram pelo menos seis viagens transportando cocaína de Ponta Porã até Dourados entre julho e setembro de 2023. Cada um recebia R$ 80 mil por viagem. Eles usavam uma caminhonete S-10 da polícia, abastecida com combustível pago pelo Estado.
Apesar disso, os dois não foram condenados pelo uso da viatura, já que a Justiça entendeu que o ato se enquadra como infração istrativa. “Diante do entendimento pacificado nos tribunais superiores, o juiz Marcelo da Silva Cassavara absolveu os réus dessa imputação, embora tenha citado o ‘frete seguro’ como agravante na pena”, explicou o MPMS.
Na sentença, o juiz também destacou o prejuízo ao serviço público: “Além de usarem combustível do Estado, causaram desgaste prematuro na viatura, essencial para o policiamento em região de fronteira com altos índices de criminalidade”.
Anderson Gomes e Alexandre Medeiros eram lotados na 1ª Delegacia de Polícia de Ponta Porã e permanecem presos desde setembro do ano ado.