Delegação que participa de missão oficial do Brasil Central em Tel Aviv segue abrigada e fora de perigo, mesmo após quatro alertas de ataque
Os representantes de Mato Grosso do Sul que estão em Israel relataram ter ado a segunda noite sob bombardeios com segurança, graças aos protocolos rígidos e aos abrigos protegidos. A comitiva participa de uma missão oficial do Consórcio Brasil Central, em Tel Aviv.
Durante a madrugada deste sábado (14), o sistema de alarme soou quatro vezes, alertando para possíveis ataques. No entanto, os bunkers do hotel onde estão hospedados impediram até mesmo que os sons das explosões fossem ouvidos.
Nas redes sociais, o secretário-executivo de Ciência e Tecnologia de MS, Ricardo Senna, compartilhou um vídeo tranquilizando familiares e amigos. “As imagens que circulam são assustadoras, mas estamos em uma área muito segura. O hotel conta com abrigos em cada andar e também no subsolo, com o rápido. Estamos seguindo todos os protocolos e, muitas vezes, nem ouvimos os impactos”, relatou.
Senna também destacou a atuação das Forças Armadas de Israel. Segundo ele, os mísseis são identificados no momento do lançamento, permitindo que alertas sejam emitidos com cerca de 10 minutos de antecedência. “Estamos bem, estamos seguros e agradeço pelas mensagens e orações”, completou.
A secretária-adjunta da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Christinne Maymone, também integra a delegação e confirmou, em entrevista ao Campo Grande News, que os alertas cessaram pela manhã. “O último alarme soou por volta das cinco da manhã. Agora são 14h aqui e não houve mais alertas. Já foi inclusive divulgado que, neste momento, não é necessário permanecer próximo aos abrigos.”
Além de Ricardo e Christinne, o chefe de tecnologia da SES, Marcos Espíndola, também faz parte da missão. A viagem foi organizada com apoio da Embaixada de Israel no Brasil e tem como objetivo estreitar laços de cooperação em áreas estratégicas para o desenvolvimento dos estados do consórcio. O retorno ao Brasil estava inicialmente previsto para este sábado.
Conflito
O conflito direto entre Irã e Israel atingiu um novo e perigoso patamar nesta semana, após o lançamento de uma ofensiva aérea israelense contra alvos estratégicos em território iraniano. A ação, batizada de "Operação Rising Lion", ocorreu na madrugada de quinta para sexta-feira (13) e envolveu cerca de 200 aeronaves de guerra, que atingiram aproximadamente 100 locais. Entre os alvos estavam instalações nucleares em cidades como Isfahan, Natanz, Arak e Fordow, além de bases militares e residências de comandantes da Guarda Revolucionária Iraniana. O Irã confirmou pelo menos 78 mortos, incluindo militares de alta patente e civis.
Em retaliação, o Irã lançou na noite de sexta para sábado (14) uma contraofensiva intitulada “Operação True Promise III”. Foram disparados mais de 150 mísseis balísticos e cerca de 100 drones contra diversas regiões de Israel, incluindo Tel Aviv, Jerusalém e Rishon LeZion. Apesar do sistema de defesa aérea israelense conseguir interceptar parte dos projéteis, alguns atingiram áreas residenciais. Três pessoas morreram e dezenas ficaram feridas nos ataques. Os bombardeios deixaram a população civil em alerta, com sirenes de emergência soando ao longo da madrugada.
A tensão continuou ao longo deste sábado, com novos alertas de ataque e explosões registradas tanto em território israelense quanto em Teerã. Israel afirmou que continuará a responder militarmente se o Irã persistir nos ataques, e o ministro da Defesa chegou a declarar que “Teerã vai queimar” caso os civis israelenses sigam sendo alvo. Já o Irã, por sua vez, ameaçou diretamente os Estados Unidos, Reino Unido e França, afirmando que atacará bases e navios desses países caso eles forneçam apoio militar a Israel.
A crise também gera preocupação internacional em relação à segurança nuclear. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) alertou sobre os riscos de radiação, já que parte dos ataques israelenses atingiu locais sensíveis ligados ao programa nuclear iraniano. Paralelamente, negociações diplomáticas previstas nos Emirados Árabes Unidos foram suspensas, diante do agravamento da situação.
O cenário ainda é volátil, com ataques e retaliações em andamento, forte impacto geopolítico e grande instabilidade nos mercados. O preço do petróleo disparou, enquanto bolsas ao redor do mundo enfrentaram queda devido ao aumento do risco global. Especialistas temem que o conflito evolua para uma guerra regional mais ampla, caso novas potências se envolvam diretamente.
*Com informações do Campo Grande News e CNN